Quando você começou a julgar eventos de FMX?
Comecei em 2004, nos Jogos Urbanos, evento que iniciou as competições de Freestyle Motocross no Brasil. Em 2007, fiz minha estréia nos eventos internacionais, no IFMXF Night of the Jumps.
Como você vê o atual momento do esporte no Brasil?
Acho que é o espelho do que é o Brasil como nação. Isto é, tem um tremendo potencial para desenvolvimento, como poucos lugares no mundo, mas são necessárias certas medidas para que todo esse potencial verdadeiramente aflore. Na minha visão, é preciso pensar o FMX de maneira ampla e integrada, considerando todos os elementos envolvidos. Caso contrário, sempre incorreremos nas mesmas questões, como a famigerada cadeia “falta de patrocínio, por escassez de eventos, e escassez de eventos por falta de patrocínios”. Ainda nesse sentido, outra questão importante é a formação de um staff, não apenas de juízes, mas de todos os membros necessários para a realização do evento. Pessoas que vão além do conhecimento estritamente técnico, que conheçam e entendam o esporte, e possuam habilidades adequadas para desempenharem suas tarefas. Muitas vezes, durante a condução de um evento, o que está em questão são decisões, digamos, “gerenciais”, e não meramente técnicas. Acho que elaborar um plano de desenvolvimento, como ocorre em outras modalidades, estabelecendo objetivos reais a médio e longo prazo seja uma alternativa para acelerar o desenvolvimento. Assim, podemos evitar o crescimento pautado apenas pelos grandes, mas esporádicos, momentos de
Comecei em 2004, nos Jogos Urbanos, evento que iniciou as competições de Freestyle Motocross no Brasil. Em 2007, fiz minha estréia nos eventos internacionais, no IFMXF Night of the Jumps.
Como você vê o atual momento do esporte no Brasil?
Acho que é o espelho do que é o Brasil como nação. Isto é, tem um tremendo potencial para desenvolvimento, como poucos lugares no mundo, mas são necessárias certas medidas para que todo esse potencial verdadeiramente aflore. Na minha visão, é preciso pensar o FMX de maneira ampla e integrada, considerando todos os elementos envolvidos. Caso contrário, sempre incorreremos nas mesmas questões, como a famigerada cadeia “falta de patrocínio, por escassez de eventos, e escassez de eventos por falta de patrocínios”. Ainda nesse sentido, outra questão importante é a formação de um staff, não apenas de juízes, mas de todos os membros necessários para a realização do evento. Pessoas que vão além do conhecimento estritamente técnico, que conheçam e entendam o esporte, e possuam habilidades adequadas para desempenharem suas tarefas. Muitas vezes, durante a condução de um evento, o que está em questão são decisões, digamos, “gerenciais”, e não meramente técnicas. Acho que elaborar um plano de desenvolvimento, como ocorre em outras modalidades, estabelecendo objetivos reais a médio e longo prazo seja uma alternativa para acelerar o desenvolvimento. Assim, podemos evitar o crescimento pautado apenas pelos grandes, mas esporádicos, momentos de
Qual característica que você mais gosta no FMX?
A impressionante fusão entre plasticidade, risco e busca incessante pela evolução. Visualmente, acho que poucas realizações no esporte podem se igualar a um flip cliffhanger, por exemplo.
Você pilota também? Se sim, qual é o seu estilo de pilotagem?
Atualmente, meu estilo de pilotagem é o “parado no trânsito” (risos). Paradoxalmente, quanto mais diversifico minhas atividades no FMX, mais fico afastado das motos em si.
Quero dizer, além do julgamento, desempenho outras funções, como, por exemplo, a direção esportiva das competições. Isso me leva a passar bastante tempo envolvido com planejamento, reuniões, muito “office job”. E, considerando a situação do trânsito e aeroportos, acho que é possível entender o porquê do meu “estilo” (risos).
A impressionante fusão entre plasticidade, risco e busca incessante pela evolução. Visualmente, acho que poucas realizações no esporte podem se igualar a um flip cliffhanger, por exemplo.
Você pilota também? Se sim, qual é o seu estilo de pilotagem?
Atualmente, meu estilo de pilotagem é o “parado no trânsito” (risos). Paradoxalmente, quanto mais diversifico minhas atividades no FMX, mais fico afastado das motos em si.
Quero dizer, além do julgamento, desempenho outras funções, como, por exemplo, a direção esportiva das competições. Isso me leva a passar bastante tempo envolvido com planejamento, reuniões, muito “office job”. E, considerando a situação do trânsito e aeroportos, acho que é possível entender o porquê do meu “estilo” (risos).
Como surgiu o convite para ser um dos juízes dos X Fighters?
Acredito que foi resultado do que venho fazendo nos últimos anos... Já havia atuado como juiz na etapa brasileira do X-Fighters, realizada no Rio, em 2008. Também tive o privilégio de estar envolvido em outros eventos de prestígio no cenário internacional, como o Night of the Jumps, X Games e o Gladiator Games, o que certamente contribuiu para o convite. Quando os organizadores entraram em contato, perguntando se tinha interesse em integrar o grupo de juízes, foi uma satisfação enorme, uma sensação de reconhecimento incrível!
Qual foi a melhor manobra de 2009?
A temporada passada foi repleta de grandes momentos, como o 360 indy, executado por Blake Willians, ou mesmo o flip heelclicker para switchblade de Brice Izzo. Apesar disso, o que mais me marcou aconteceu no FMX Gladiator Games, em Praga, quando o Petr Pilat “flipou” levando o prefeito da cidade em sua moto!
Falando em julgamento, o que você considera importante em um piloto de FMX? Estilo, Manobras, etc?
Certamente o conjunto. Uma performance composta por manobras diversificadas, com elevado grau de dificuldade, executadas com qualidade e uma boa dose de estilo. Além disso, considerando a complexidade das atuais pistas, a maneira como um piloto cria sua linha e o tipo de manobra que encaixa em determinado salto também é importante.
Durante os X Games 15 houve muita polêmica em torno do julgamento do Ouro para Kyle Loza. Se você estivesse julgando o evento para quem você daria o ouro, Kyle Loza ou Bilko?
Julgamento e polêmica são praticamente sinônimos (risos), principalmente quando o primeiro escalão está em ação, onde detalhes são cruciais na decisão.
É um dos casos que mais gerou comentários realmente foi o ouro de Loza. Mas para falarmos em julgamento, não podemos excluir do contexto o sistema de pontuação utilizado. E no caso específico dos X Games 15 a maioria dos juízes deu uma pequena vantagem para o Bilko, mas em uma de suas notas o Loza recebeu uma diferença maior de pontos, e na geração da média final acabou com uma pontuação superior.
Na ocasião, para esclarecer essa situação, o Regis (Harrington), Head Judge dos X Games, e provavelmente o cara mais experiente quando o assunto é julgamento, escreveu um ótimo texto.Mas, para não dizer que fiquei em cima do muro, daria uns pontos a mais para o Bilko (risos).
Acredito que foi resultado do que venho fazendo nos últimos anos... Já havia atuado como juiz na etapa brasileira do X-Fighters, realizada no Rio, em 2008. Também tive o privilégio de estar envolvido em outros eventos de prestígio no cenário internacional, como o Night of the Jumps, X Games e o Gladiator Games, o que certamente contribuiu para o convite. Quando os organizadores entraram em contato, perguntando se tinha interesse em integrar o grupo de juízes, foi uma satisfação enorme, uma sensação de reconhecimento incrível!
Qual foi a melhor manobra de 2009?
A temporada passada foi repleta de grandes momentos, como o 360 indy, executado por Blake Willians, ou mesmo o flip heelclicker para switchblade de Brice Izzo. Apesar disso, o que mais me marcou aconteceu no FMX Gladiator Games, em Praga, quando o Petr Pilat “flipou” levando o prefeito da cidade em sua moto!
Falando em julgamento, o que você considera importante em um piloto de FMX? Estilo, Manobras, etc?
Certamente o conjunto. Uma performance composta por manobras diversificadas, com elevado grau de dificuldade, executadas com qualidade e uma boa dose de estilo. Além disso, considerando a complexidade das atuais pistas, a maneira como um piloto cria sua linha e o tipo de manobra que encaixa em determinado salto também é importante.
Durante os X Games 15 houve muita polêmica em torno do julgamento do Ouro para Kyle Loza. Se você estivesse julgando o evento para quem você daria o ouro, Kyle Loza ou Bilko?
Julgamento e polêmica são praticamente sinônimos (risos), principalmente quando o primeiro escalão está em ação, onde detalhes são cruciais na decisão.
É um dos casos que mais gerou comentários realmente foi o ouro de Loza. Mas para falarmos em julgamento, não podemos excluir do contexto o sistema de pontuação utilizado. E no caso específico dos X Games 15 a maioria dos juízes deu uma pequena vantagem para o Bilko, mas em uma de suas notas o Loza recebeu uma diferença maior de pontos, e na geração da média final acabou com uma pontuação superior.
Na ocasião, para esclarecer essa situação, o Regis (Harrington), Head Judge dos X Games, e provavelmente o cara mais experiente quando o assunto é julgamento, escreveu um ótimo texto.Mas, para não dizer que fiquei em cima do muro, daria uns pontos a mais para o Bilko (risos).
Como está sendo o processo de seleção dos pilotos para os X Fighters? Como escolher tão poucos pilotos no meio de muitos?
Complicado! É absurda a quantidade de pilotos com elevado grau de manobras espalhados mundo afora. O que impressiona é que mesmo distante dos holofotes das grandes competições alguns pilotos se mantêm competitivos. Também existem os emergentes da nova geração, que chegam com força total, justamente por se desenvolverem num ambiente no qual as mais assustadoras combinações de flip são relativamente comuns. Porém, mais uma vez, caímos no mesmo ponto, o conjunto. Isto é, boas execuções, diversidade, qualidade, e claro, consistência. Estes são critérios decisivos.
Qual é sua programação para 2010, quantos eventos você irá participar?
Como juiz, pretendo estar presente na maior quantidade possível de etapas do Red Bull X-Fighters e do IFMXF Night of the Jumps.Além disso, voltar ao FMX Gladiator Games, que é um evento incrível! Paralelamente, produzir cada vez mais matérias para publicações estrangeiras, como a Moto X (Alemanha), Freerider MX (Austrália) e EXPN (EUA). Além de ser uma atividade que me proporciona enorme prazer, de certa forma, é algo que contribui para aguçar meu olhar como juiz.Em 2009 trabalhei, de maneira intermitente, num sistema de julgamento computadorizado. Dediquei certo tempo à pesquisa e desenvolvimento. Contudo, é necessário o aporte de algum parceiro para que possa colocá-lo no “ambiente de produção”. Além da somatória, o diferencial é a análise dos dados, a maneira como as informações podem ser interpretadas e transformadas em conhecimento para os pilotos. Portanto, devo passar mais algum tempo aprimorando meu estilo “parado no trânsito”, com o objetivo de encontrar esse parceiro (risos).
Complicado! É absurda a quantidade de pilotos com elevado grau de manobras espalhados mundo afora. O que impressiona é que mesmo distante dos holofotes das grandes competições alguns pilotos se mantêm competitivos. Também existem os emergentes da nova geração, que chegam com força total, justamente por se desenvolverem num ambiente no qual as mais assustadoras combinações de flip são relativamente comuns. Porém, mais uma vez, caímos no mesmo ponto, o conjunto. Isto é, boas execuções, diversidade, qualidade, e claro, consistência. Estes são critérios decisivos.
Qual é sua programação para 2010, quantos eventos você irá participar?
Como juiz, pretendo estar presente na maior quantidade possível de etapas do Red Bull X-Fighters e do IFMXF Night of the Jumps.Além disso, voltar ao FMX Gladiator Games, que é um evento incrível! Paralelamente, produzir cada vez mais matérias para publicações estrangeiras, como a Moto X (Alemanha), Freerider MX (Austrália) e EXPN (EUA). Além de ser uma atividade que me proporciona enorme prazer, de certa forma, é algo que contribui para aguçar meu olhar como juiz.Em 2009 trabalhei, de maneira intermitente, num sistema de julgamento computadorizado. Dediquei certo tempo à pesquisa e desenvolvimento. Contudo, é necessário o aporte de algum parceiro para que possa colocá-lo no “ambiente de produção”. Além da somatória, o diferencial é a análise dos dados, a maneira como as informações podem ser interpretadas e transformadas em conhecimento para os pilotos. Portanto, devo passar mais algum tempo aprimorando meu estilo “parado no trânsito”, com o objetivo de encontrar esse parceiro (risos).
Descreva como é ser juiz de fmx?
Estar sempre sob pressão, ser consciente que raramente todos estarão satisfeitos com o resultado final, e ter habilidade para lidar com esse tipo de situação. O que às vezes é bastante difícil...
Além disso, é carregar a responsabilidade de estar exercendo um papel de extrema influência na direção evolutiva do esporte. Afinal, cabe a nós, juízes, reconhecer e validar as inovações no ambiente das competições.